#16 "Deus me livre mulher CEO? Deus me livre te ouvir!"

Recentemente, uma frase ecoou por aí: "Deus me livre mulher CEO". Sim, você leu certo. Em pleno século XXI, ainda há quem pense que nós, mulheres, não pertencemos a certos lugares, que nossos sonhos e ambições têm limites impostos por expectativas alheias. Quando ouvi isso, confesso, senti aquele misto de raiva e incredulidade. Mas, logo depois, veio um sorriso. Um sorriso de quem sabe que estamos, cada vez mais, transformando essa narrativa.

Vamos falar a verdade: liderar nunca foi um conceito novo para nós. Fazemos isso há gerações, seja em grandes corporações, seja dentro de casa, seja na organização dos pequenos detalhes da vida cotidiana. A diferença? Agora, mais do que nunca, estamos tomando as rédeas e mostrando que não só podemos ser CEOs, mas podemos ser CEO de tudo aquilo que escolhermos.

Porque, ao contrário do que alguns ainda acreditam, ser CEO não é apenas sobre usar um terno e sentar na cadeira mais alta da sala de reuniões. Ser CEO é ser estrategista, é resolver problemas que parecem impossíveis, é ter a visão clara de onde queremos chegar, é tomar decisões difíceis com responsabilidade e coragem. E, vamos combinar, fazemos isso todos os dias, muitas vezes sem o reconhecimento que merecemos.

Você que está lendo agora pode ser uma dona de casa, uma empreendedora, uma profissional em ascensão, ou já estar comandando uma empresa – grande ou pequena. Não importa. O que importa é que cada uma de nós carrega em si a capacidade de liderar. Não precisamos de validação externa para isso. Nossa liderança vem do cuidado, da resiliência, da força que, muitas vezes, é invisível para quem não conhece nossa jornada.

Quantas de nós já ouvimos: “Isso não é para você”, “Não vá sonhar tão alto”, “Mulher no comando? Ah, não combina!”. Só que, toda vez que essas palavras foram ditas, sabe o que fizemos? Calamos, sim, mas não por submissão. Calamos para mostrar, com ações, que nosso lugar é onde escolhemos estar.

Então, para quem disse “Deus me livre mulher CEO”, eu pergunto: Deus me livre por quê? Do que exatamente você tem medo? Que sejamos competentes demais? Que façamos mudanças necessárias? Que inovemos em um mundo que ainda resiste às transformações? Sinto dizer, mas já estamos fazendo isso. E faremos muito mais.

Ser CEO de si mesma

A liderança feminina vai muito além do mundo corporativo. Ela está presente no jeito como nos organizamos, no cuidado com nossos filhos, nas decisões que tomamos para nosso futuro e o das nossas famílias. A CEO que planeja o crescimento de uma empresa é a mesma que organiza a logística de um lar. Aquela que negocia contratos é a mesma que ensina os filhos sobre valores e respeito. É liderança em todos os âmbitos da vida.

Ser CEO da sua própria vida é entender que você tem o poder de escolher seus rumos. É reconhecer que cada decisão – grande ou pequena – é um ato de liderança. E, sim, pode ser que você não tenha um escritório envidraçado com vista para o skyline da cidade, mas você lidera. E lidera muito bem.

Porque, se tem algo que sabemos fazer, é gerir o caos, seja ele emocional, familiar, ou profissional. Sabemos equilibrar pratos, tomar decisões difíceis, colocar limites e, ainda assim, oferecer apoio, carinho e compreensão a quem está ao nosso redor. Se isso não é ser uma CEO nata, então o que é?

Desafie a narrativa

A verdade é que há muito tempo as mulheres vêm desafiando essa narrativa limitada que tenta nos reduzir. Estamos reescrevendo as regras, mostrando que o sucesso feminino não cabe em uma definição única. Nós podemos, sim, ser CEOs. Podemos ser empresárias, donas de casa, líderes comunitárias, políticas, atletas. Podemos ser o que quisermos.

E mais: podemos ser múltiplas! Podemos ser mães, amigas, esposas, profissionais de ponta, e também aquelas que comandam suas próprias vidas. E cada escolha que fazemos deve ser valorizada. Porque o mundo precisa entender que nossa liderança não é um favor que nos fazem ao abrir portas. É o resultado do nosso esforço, da nossa garra, e, principalmente, da nossa escolha de não aceitar menos do que merecemos.

Para todas as mulheres

Seja você a CEO de uma empresa ou a CEO do seu lar, saiba que sua jornada é única e valiosa. Não é o cargo que te define, mas a coragem de ser quem você é, de reivindicar o que é seu por direito. Porque ser CEO é muito mais do que carregar um título, é carregar o compromisso de liderar, de influenciar, de fazer acontecer – em qualquer cenário.

Então, da próxima vez que alguém disser "Deus me livre mulher CEO", vamos juntas responder: "Deus me livre de ouvir esse tipo de nonsense". Porque sabemos exatamente do que somos capazes.

E, se precisarem de nós no comando, estamos prontas. Aliás, já estamos comandando. E quem disse o contrário, talvez tenha medo de admitir que o futuro é nosso.

Dicas práticas para quem lidera em qualquer esfera:

1. Seja dona da sua narrativa – Não deixe que as expectativas alheias definam o que você pode ou não alcançar. Você escreve sua própria história.

2. Construa sua rede de apoio – Nenhuma liderança é solitária. Conecte-se com outras mulheres, troque experiências e construa juntas um caminho de sucesso.

3. Seja resiliente, mas saiba colocar limites – Ser forte não significa dizer “sim” para tudo. Liderar também é saber dizer “não” quando necessário e priorizar o que realmente importa.

4. Cuide de você – Liderar também inclui autocuidado. Sem ele, nenhuma CEO – seja de empresa ou de casa – consegue manter seu equilíbrio.

5. Acredite no seu potencial – Não permita que o mundo dite o seu valor. Você é muito mais do que qualquer título ou opinião alheia.

No fim das contas, ser CEO é sobre liderar a vida com propósito, coragem e visão. E, convenhamos, isso nós fazemos como ninguém.