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# 22 Desconforto que nos faz avançar
Você já sentiu aquela inquietação? Um incômodo que começa na mente, invade o corpo e se transforma em algo difícil de descrever? Eu sinto isso constantemente. Às vezes, tudo o que quero é fechar o computador, me enroscar no sofá e voltar a pensar nisso daqui a uns séculos.
Mas aí, algo acontece. Pequenos sinais me mostram que estou no caminho certo. O desconforto vai embora, pelo menos por um tempo, e eu sigo.
Esses momentos me fazem refletir sobre como ainda enfrentamos desafios que parecem do passado, mas que infelizmente são bem atuais. É 2024, mas a maioria das mulheres com quem converso ainda compartilha histórias de preconceitos, vieses e práticas que as paralisam, mesmo que momentaneamente.
A síndrome da impostora nos faz duvidar de nossas capacidades. O manterrupting (quando somos interrompidas enquanto falamos) nos silencia. E, em algumas situações, o gaslighting nos faz questionar a nossa própria realidade.
Eu comecei minha carreira em 1997. São 27 anos observando o cenário e, honestamente, certas coisas parecem ter mudado muito pouco.
O Que Precisamos Fazer?
Não podemos aceitar essas práticas como normais. Elas não são. E embora seja tentador deixar que essas situações nos tirem do eixo ou nos façam recuar, precisamos lembrar que há outra escolha: agir, sem nos vitimizar.
Reconheço que não é fácil. Nem sempre temos a resposta perfeita na ponta da língua, e tudo bem. O importante é saber que temos ferramentas e talentos que muitas vezes subestimamos: intuição, criatividade, empatia. Esses são nossos superpoderes.
Reconheça as Armadilhas
Para quem ainda não identificou, aqui estão algumas práticas que precisamos combater:
Manterrupting – Quando somos interrompidas ao falar.
Bropriating – Quando roubam nossas ideias e levam o crédito.
Desmerecimento – Quando nossas conquistas ou opiniões são diminuídas.
Subestimar – Quando nossa expertise é ignorada ou minimizada.
Mansplaining – Quando explicam algo que já sabemos, como se não entendêssemos.
Gaslighting – Quando manipulam situações, negando fatos evidentes.
Essas práticas não são só injustas, mas podem nos fazer duvidar de nós mesmas, enfraquecendo nossa confiança e até nossa saúde mental.
Como Seguir em Frente
Se isso já aconteceu com você, saiba que você não está sozinha. Mas também saiba que podemos, juntas, virar esse jogo. A mudança começa quando reconhecemos essas práticas, falamos sobre elas e decidimos reagir.
Não precisamos gritar ou bater na mesa (a menos que isso nos faça bem). Podemos ser firmes, calmas e, sim, femininas. A força não está no volume da nossa voz, mas na convicção das nossas palavras e na postura que assumimos.
E aqui vai meu convite: homens, percebam suas ações. Mulheres, descubram e usem seus poderes.
Seja como o rio. Ele não para diante de obstáculos; ele se adapta ao terreno, contorna pedras, mas nunca deixa de seguir em frente.
O Caminho Para Sair Por Cima
A chave não é apenas se defender, mas transformar essas situações em oportunidades para crescer e inspirar outras pessoas. Proteger o seu espaço é importante, mas fortalecer a sua confiança é ainda mais poderoso.
Sentir-se desconfortável faz parte do processo. Mas tolere a dor, porque ela passa. E quando passa, o que fica é a sua força.
Você consegue. Nós conseguimos.
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